terça-feira, julho 09, 2019

O Senhor das Moscas –William Golding

Ano: 2014

Páginas: 224

Idioma: português 

Editora: Alfaguara

Nota no Skoob: 4,2



"E no meio deles, com o corpo imundo, o cabelo emaranhado e o nariz precisando ser assoado, Ralph chorava o fim da inocência, as trevas do coração humano"


Após um acidente, um grupo apenas composto de crianças inglesas se veem em uma ilha deserta e para sobreviver precisam se unir e se organizar. Assim, acompanhamos a formação de uma sociedade e com ela surgem regras e até mesmo um líder é eleito democraticamente, o Ralph, um garoto de 12 anos que toma a iniciativa de reunir os sobreviventes e designar tarefas, sendo a principal delas a manutenção de uma fogueira no intuito de serem vistos e resgatados.
No decorrer da história ocorre uma a cisão, um novo grupo é criado e com ele a ascensão de outro líder, o Jack, que diferente de Ralph exerce seu poder pela força e pelo medo, e como um embate entre democracia versus totalitarismo (ou civilização versus barbárie), os dois duelam por seus ideais de convivência e ordem. Nesse contexto temos também o personagem apelidado de Porquinho que mesmo sendo a figura mais pensante e racional do grupo, é pouco ouvido e constantemente ridicularizado.
Para começo de conversa, não se deixe enganar por essa breve sinopse que muito se assemelha a um filme comum de sessão da tarde. O Senhor das Moscas é uma obra prima que analisa como poucos a formação de uma sociedade e a natureza humana, retirando suas camadas uma a uma, até não sobrar uma gota da fantasia britânica de seres superiores em civilidade e disciplina.
A cada página o tom se torna mais sombrio, com trechos dignos de um livro de horror e dos mais pesados. Até mesmo o título do livro tem esse peso já que Senhor das Moscas nada mais é do que uma referência ao demônio Belzebu.
Extremamente filosófico e subversivo, O Senhor das Moscas é lido e discutido até hoje em escolas e universidades, trazendo questões debatidas por grandes pensadores a séculos, entre eles eu destaco Thomas Hobbes, filósofo inglês do seculo XVII e principal referência do autor. Assim como Hobbes fez em seu tempo, a obra de Golding nos leva a questões como o estado natural do homem, importância da figura de autoridade (ou estado) e a formação de uma sociedade, tudo isso com uma escrita reflexiva e envolvente.
Publicado em 1953 e ganhador do prêmio Nobel de Literatura de 1983, O Senhor das Moscas tem duas adaptações cinemátograficas, a primeira em 1963, que é bastante fiel ao livro e outra em 1990 que apesar de algumas diferenças tem seu valor e vale ser visto.

Avaliação: 
💜💜💜💜💜

Sinopse:
Publicado originalmente em 1954, Senhor das Moscas é um dos romances essenciais da literatura mundial. Adaptado duas vezes para o cinema, traduzido para 35 idiomas, o clássico de William Golding — que já foi visto como uma alegoria, uma parábola, um tratado político e mesmo uma visão do apocalipse — vendeu, só em língua inglesa, mais de 25 milhões de exemplares. 

Abaixo os Trailers dos filmes, no Youtube possui a versão completa para que você possa assistir.

Trailer do filme de 1963:



Trailer do filme de 1990:


Até a próxima, Rafa Ferraz

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