Ano: 2014
Páginas: 224
Idioma: português
Editora: Alfaguara
Nota no Skoob: 4,2
"E no meio deles, com o corpo imundo, o cabelo emaranhado e o nariz precisando ser assoado, Ralph chorava o fim da inocência, as trevas do coração humano"
Após um acidente, um grupo apenas
composto de crianças inglesas se veem em uma ilha deserta e para sobreviver
precisam se unir e se organizar. Assim, acompanhamos a formação de uma
sociedade e com ela surgem regras e até mesmo um líder é eleito democraticamente,
o Ralph, um garoto de 12 anos que toma a iniciativa de reunir os sobreviventes
e designar tarefas, sendo a principal delas a manutenção de uma fogueira no
intuito de serem vistos e resgatados.
No decorrer da história
ocorre uma a cisão, um novo grupo é criado e com ele a ascensão de outro líder,
o Jack, que diferente de Ralph exerce seu poder pela força e pelo medo, e como
um embate entre democracia versus totalitarismo (ou civilização versus
barbárie), os dois duelam por seus ideais de convivência e ordem. Nesse
contexto temos também o personagem apelidado de Porquinho que mesmo sendo a
figura mais pensante e racional do grupo, é pouco ouvido e constantemente
ridicularizado.
Para começo de conversa,
não se deixe enganar por essa breve sinopse que muito se assemelha a um filme
comum de sessão da tarde. O Senhor das
Moscas é uma obra prima que analisa como poucos a formação de uma
sociedade e a natureza humana, retirando suas camadas uma a uma, até não sobrar
uma gota da fantasia britânica de seres superiores em civilidade e disciplina.
A cada página o tom se
torna mais sombrio, com trechos dignos de um livro de horror e dos mais
pesados. Até mesmo o título do livro tem esse peso já que Senhor das Moscas nada mais é do que
uma referência ao demônio Belzebu.
Extremamente filosófico e
subversivo, O Senhor das Moscas é
lido e discutido até hoje em escolas e universidades, trazendo questões
debatidas por grandes pensadores a séculos, entre eles eu destaco Thomas
Hobbes, filósofo inglês do
seculo XVII e principal referência do autor.
Assim como Hobbes fez em seu tempo, a obra de Golding nos
leva a questões como o estado natural do homem, importância da figura de
autoridade (ou estado) e a formação de uma sociedade, tudo isso com uma escrita
reflexiva e envolvente.
Publicado em 1953 e
ganhador do prêmio Nobel de Literatura de 1983, O
Senhor das Moscas tem duas adaptações cinemátograficas, a primeira em
1963, que é bastante fiel ao livro e outra em 1990 que apesar de algumas
diferenças tem seu valor e vale ser visto.
Avaliação:
💜💜💜💜💜
Sinopse:
Publicado originalmente em
1954, Senhor das Moscas é um dos romances essenciais da literatura mundial.
Adaptado duas vezes para o cinema, traduzido para 35 idiomas, o clássico de
William Golding — que já foi visto como uma alegoria, uma parábola, um tratado
político e mesmo uma visão do apocalipse — vendeu, só em língua inglesa, mais
de 25 milhões de exemplares.
Abaixo os Trailers dos filmes, no Youtube possui a versão completa para que você possa assistir.
Trailer do filme de 1963:
Trailer do filme de 1990:
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