Escrito por Thati Machado, Singular conta a história de Noah, um jovem argentino que, como o próprio livro diz, sempre quis ser um garoto. E ponto final. Após essa simples, porém maravilhosa frase, iniciei essa que foi uma das leituras mais reflexivas e emocionantes do ano, se revelando a cada página um exercício de empatia.

Penso que uma boa leitura vai muito além de requisitos técnicos, uma boa leitura é aquela que emociona, e em Singular, emoção foi o que não faltou. Com sua escrita sensível e fluida, a autora me apresentou um mundo que desconhecia, tudo através daquele que seria meu companheiro nessa viagem, o Noah, um rapaz de sorriso fácil e grande coração, e que apesar dos duros golpes da vida, ainda se mantém disposto a estender a mão a quem precisa. Após me encantar pelo protagonista, fui presenteado pela aparição de mais uma figura igualmente maravilhosa, Rafaella, personagem com a qual me identifiquei em diversos aspectos. Sua forma de enxergar o mundo e sua percepção de como o mundo a enxerga me trouxe lembranças e angustias passadas. Senti suas dores, seus anseios, seus medos como se fossem meus, até porque de fato, um dia eles foram, e talvez, em algum lugar bem lá no fundo, ainda sejam.

Menção honrosa aos personagens secundários, a destemida Marcela, o apaixonado Martín, a sofrida Candida, o companheiro Nico e a empoderada Nina. Tive uma grata surpresa ao descobrir que Nina possui um livro próprio da mesma autora, Poder Extra G, que mal posso esperar para ler e reencontrar essa grande mulher que já sei ter muito a me ensinar.

A obra me levou a lugares novos, me fez conhecer realidades que não imaginava existir e acima de tudo, ampliou a paleta de cores do mundo aos meus olhos. Uma leitura deliciosa, envolvente, apaixonante, e porque não dizer, singular...

Avaliação:

❤️❤️❤️❤️❤️

Sinopse:

Noah sempre quis ser um garoto. Exatamente desse jeito. Com ponto final depois do substantivo masculino. Bom, ao menos era assim que as outras pessoas viam a situação. Para Noah, ele era um garoto. Novamente: ponto final. Durante toda uma vida Noah se sentiu deslocado, diferente, estranho. Era como se ele fosse um pacote que precisava vir acompanhado de cuidados e explicações. O que ele não sabia - mas estava prestes a descobrir - é que era único. Era singular. Como muitos garotos - com ponto final - Noah também esperava encontrar alguém com quem dividir absolutamente tudo. E enquanto isso não acontecia, ele achou que seria uma excelente ideia curtir o carnaval na cidade maravilhosa. Ele só não esperava que a terra de clima quente e pessoas calorosas pudesse lhe oferecer muito mais.