terça-feira, julho 02, 2019

Admirável Mundo Novo – Aldous Huxley


“Não quero conforto. Quero Deus, quero poesia, quero o autêntico perigo, quero a liberdade, quero bondade, quero o pecado…”



Páginas: 314
Idioma: português 
Nota no Skoob: 4,4

Nos últimos anos tivemos a volta das distopias, gênero literário muito presente no século XX com obras primas como Fahrenheit 451, Admirável Mundo Novo e o mais conhecido deles, 1984. Livros e filmes mais recentes como Divergente, Jogos Vorazes e Maze Runner fizeram um bom trabalho ao introduzir essa temática para um público mais jovem e vale aqui também a menção honrosa a série Black Mirror, que em muitos episódios aborda temas do gênero. Porém, a meu ver, nenhum desses exemplos se compara à densidade dos clássicos já citados e escolhi falar sobre a obra do Huxley por ser, na minha humilde opinião, a que mais dialoga com nossa realidade, mas antes dessa reflexão, vamos a premissa.

Escrita em 1931, a obra retrata um futuro onde todos os problemas da humanidade foram “solucionados” através da ciência e da tecnologia. Diferente da maioria das distopias, aqui a o controle se dá por meio do prazer e do condicionamento. Condicionamento esse que inicia desde o nascimento, com todos os seres sendo criados em laboratório e com suas funções sociais pré-determinadas. Há também um sistema de castas, que vai do Y, casta mais baixa composta pela classe trabalhadora e desprovida de inteligência, até a classe mais alta, os Alfa. Nessa sociedade existe uma droga muito presente na vida de todos os habitantes e distribuída gratuitamente pelo governo, o SOMA, que tem como função, basicamente, proporcionar felicidade. A sexualidade também é muito presente, porém, banalizada não no sentido erótico ou da busca pela liberdade sexual e sim pela desumanização da prática em si. Nesse mundo não existe espaço para a imprevisibilidade ou espontaneidade e por consequência disso, a arte, a cultura, a filosofia ou qualquer outro tipo de movimento reflexivo e abstrato são totalmente inexistentes.

E é nesse contexto em que é apresentado o protagonista, Bernard, um Alfa que diferente das pessoas a sua volta se questiona e se incomoda com esse modelo de sociedade. Num determinado momento, quando sai de férias, ele vai até uma reserva onde vivem os “selvagens”, ou seja, pessoas que vivem da forma como nós conhecemos, constituindo família, tendo filhos, envelhecendo, e etc. Lá ele se depara com uma mulher que fazia parte da sociedade dele e foi parar na reserva por acidente anos atrás e que teve um filho nessa mesma reserva, o John, ávido leitor de Shakespeare e objeto de grande curiosidade e fascinação por parte de Bernard.

E isso é tudo o que você precisa saber para embarcar nessa que foi a melhor experiência que já tive com o gênero, e como já disse no início do texto, acredito que converse muito com nosso mundo de hoje. Estaríamos inseridos em uma gaiola de ouro, ou seja, em uma prisão em que a cada vez mais somos condicionados a acreditar que ela não existe? Estaríamos enfrentando uma ditadura da felicidade, onde a função da tristeza foi suprimida e graças a isso são criadas novas versões do SOMA todos os dias? Será que a cada invenção ou criação que a ciência e o “progresso” nos apresentam não é uma solução para um problema criado por ele próprio?

Essas são questões que me fizeram refletir ao longo da leitura e é óbvio que nada do que falei tem uma resposta simples e nem mesmo acredito que existam respostas certas ou erradas. Huxley vai muito além disso, mas as questões existem e permanecem relevantes. Recomendo revezar os olhares entre as páginas e o mundo a sua volta, talvez você, assim como eu, enxergue mais semelhanças do que gostaríamos de admitir.

Nos últimos anos tivemos a volta das distopias, gênero literário muito presente no século XX com obras primas como Fahrenheit 451, Admirável Mundo Novo e o mais conhecido deles, 1984. Livros e filmes mais recentes como Divergente, Jogos Vorazes e Maze Runner fizeram um bom trabalho ao introduzir essa temática para um público mais jovem e vale aqui também a menção honrosa a série Black Mirror, que em muitos episódios aborda temas do gênero. Porém, a meu ver, nenhum desses exemplos se compara à densidade dos clássicos já citados e escolhi falar sobre a obra do Huxley por ser, na minha humilde opinião, a que mais dialoga com nossa realidade, mas antes dessa reflexão, vamos a premissa.

Escrita em 1931, a obra retrata um futuro onde todos os problemas da humanidade foram “solucionados” através da ciência e da tecnologia. Diferente da maioria das distopias, aqui a o controle se dá por meio do prazer e do condicionamento. Condicionamento esse que inicia desde o nascimento, com todos os seres sendo criados em laboratório e com suas funções sociais pré-determinadas. Há também um sistema de castas, que vai do Y, casta mais baixa composta pela classe trabalhadora e desprovida de inteligência, até a classe mais alta, os Alfa. Nessa sociedade existe uma droga muito presente na vida de todos os habitantes e distribuída gratuitamente pelo governo, o SOMA, que tem como função, basicamente, proporcionar felicidade. A sexualidade também é muito presente, porém, banalizada não no sentido erótico ou da busca pela liberdade sexual e sim pela desumanização da prática em si. Nesse mundo não existe espaço para a imprevisibilidade ou espontaneidade e por consequência disso, a arte, a cultura, a filosofia ou qualquer outro tipo de movimento reflexivo e abstrato são totalmente inexistentes.

E é nesse contexto em que é apresentado o protagonista, Bernard, um Alfa que diferente das pessoas a sua volta se questiona e se incomoda com esse modelo de sociedade. Num determinado momento, quando sai de férias, ele vai até uma reserva onde vivem os “selvagens”, ou seja, pessoas que vivem da forma como nós conhecemos, constituindo família, tendo filhos, envelhecendo, e etc. Lá ele se depara com uma mulher que fazia parte da sociedade dele e foi parar na reserva por acidente anos atrás e que teve um filho nessa mesma reserva, o John, ávido leitor de Shakespeare e objeto de grande curiosidade e fascinação por parte de Bernard.

E isso é tudo o que você precisa saber para embarcar nessa que foi a melhor experiência que já tive com o gênero, e como já disse no início do texto, acredito que converse muito com nosso mundo de hoje. Estaríamos inseridos em uma gaiola de ouro, ou seja, em uma prisão em que a cada vez mais somos condicionados a acreditar que ela não existe? Estaríamos enfrentando uma ditadura da felicidade, onde a função da tristeza foi suprimida e graças a isso são criadas novas versões do SOMA todos os dias? Será que a cada invenção ou criação que a ciência e o “progresso” nos apresentam não é uma solução para um problema criado por ele próprio?

Essas são questões que me fizeram refletir ao longo da leitura e é óbvio que nada do que falei tem uma resposta simples e nem mesmo acredito que existam respostas certas ou erradas. Huxley vai muito além disso, mas as questões existem e permanecem relevantes. Recomendo revezar os olhares entre as páginas e o mundo a sua volta, talvez você, assim como eu, enxergue mais semelhanças do que gostaríamos de admitir.

 Avaliação: 


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Sinopse:

Ano 634 d.F. (depois de Ford). O Estado científico totalitário zela por todos. Nascidos de proveta, os seres humanos (pré-condicionados) têm comportamentos (pré-estabelecidos) e ocupam lugares (pré-determinados) na sociedade: os alfa no topo da pirâmide, os ípsilons na base. A droga soma é universalmente distribuída em doses convenientes para os usuários. Família, monogamia, privacidade e pensamento criativo constituem crime.



Os conceitos de "pai" e "mãe" são meramente históricos. Relacionamentos emocionais intensos ou prolongados são proibidos e considerados anormais. A promiscuidade é moralmente obrigatória e a higiene, um valor supremo. Não existe paixão nem religião. Mas Bernard Marx tem uma infelicidade doentia: acalentando um desejo não natural por solidão, não vendo mais graça nos prazeres infinitos da promiscuidade compulsória, Bernard quer se libertar. Uma visita a um dos poucos remanescentes da Reserva Selvagem, onde a vida antiga, imperfeita, subsiste, pode ser um caminho para curá-lo. Extraordinariamente profético, "Admirável mundo novo" é um dos livros mais influentes do século 20.


Boa leitura a todos =]

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